Experiências e atividades práticas de Agroecologia, Educação Ambiental e Ciências da Natureza como enfrentamento crítico às assim chamadas 'habilidades' impostas pela BNCC
Apesar de reconhecermos a BNCC como um documento oficial e de implementação obrigatória, não podemos deixar de apontar sua fragilidade e carência de bases pedagógicas sólidas que dialoguem com a realidade brasileira. No entanto, entendemos que as leis e os mecanismos estatais nos impõem seu uso.
É lei, mas não significa que devemos seguir sem um questionamento crítico, focado nos interesses de nossos estudantes e da realidade em que eles vivem.
Alguns dos motivos que nos levam a questionar a BNCC: A BNCC busca uma uniformização do currículo e da atividade docente, orientada por uma perspectiva de mercado de trabalho. A estruturação da educação e da capacitação de professores tem sido influenciada por uma visão mercadológica, fundamentada em preceitos da administração e do mundo empresarial, com foco nos resultados dos exames e índices.
Esse ataque à educação é um movimento mundial (Freitas, 2012). Alinhada à agenda global dos organismos internacionais (tais como a OCDE, o Banco Mundial e a UNESCO), a posição neoliberal concebe a educação enquanto força produtiva, um elemento chave para o desenvolvimento do capitalismo na sua etapa de financeirização.
O NÃO-LUGAR DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA BNCC: 'Assim, busca-se promover e incentivar uma convivência em maior sintonia com o meio ambiente, por meio do uso inteligente e responsável dos recursos naturais para que estes se recomponham no presente e se mantenham no futuro' (BRASIL, 2017, p. 279).
Diante disso, nossa abordagem não é de aceitação passiva, mas de ressignificação. Utilizaremos as brechas e possibilidades do documento para construir, a partir de nossos próprios princípios, uma prática pedagógica crítica e contextualizada, conectando os conhecimentos científicos às tradições, hábitos e formas de produzir e reproduzir a vida nas comunidades.
O objetivo é caminhar rumo a uma educação verdadeiramente libertadora e emancipatória para nossos estudantes do campo, conectando o currículo com sua realidade, seus saberes e seu território, ainda que referenciando as demandas da BNCC.
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